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sábado, 28 de novembro de 2009

Filosofia - Refutando Descartes

Quem pensa? Descartes dizia que era um "EU". Quem é o "EU"?

O "EU" é uma entidade que existe dentro do corpo físico?

O "EU" pensa o pensamento?

O "EU" identifica-se com o pensamento? Neste caso, o "EU" tem vários pensamentos?

O "EU" e o pensamento são a mesma coisa?

O "EU" pode sobreviver à morte do corpo físico? Um raciocínio lógico é suficiente para comprovar a continuidade da existência após a morte?

O "EU" continua pensando após a morte do corpo físico?

O "EU" poderia pensar se ficasse isolado e não tivesse contato com nenhuma sociedade ou cultura, ou seja, como pensar sem aprender uma linguagem que só é possível vivendo em sociedade?

SE PENSO, LOGO EXISTO, COMO EXPLICAR o caso de Amala e Kamala que foram achadas no meio de lobos e tinham todas as atitudes dos lobos? Comiam carne podre, lambiam a água, andavam de quatro e uivavam à noite? Elas não pensavam? Por que, sendo "humanas," desenvolveram todos os hábitos dos lobos?

O argumento acima prova que não é possível pensar fora da sociedade humana? Se Descartes vivesse entre os macacos, tal qual TARZAN, ele estufaria o peito e diria: PENSO, LOGO EXISTO? Por acaso, TARZAN teria forma humana, mas seria um macaco fazendo todas as macaquices próprias de tais primatas? Ele teria consciência de Deus a quem recorreu para sair da gaiola solipsista? Ele poderia acreditar em Deus? Se pudesse, por acaso, o seu Deus não seria a imagem e a semelhança dos macacos?

Se temos um "EU" diferente dos pensamentos e sentimentos, por que sofremos? Por acaso, não bastaria o "EU" não se identificar com os pensamentos e sentimentos e ficar livre das fobias, medos e neuroses?

Afinal, quem é esse "EU" de Descartes? Uma substância pensante? O que é uma substância pensante? Um nome? Uma alma? Uma parte da matéria mais refinada?

Se Descartes tivesse dor-de-dente e tomasse um analgésico, ele melhoria? O efeito do remédio seria na alma? Como pode a alma sofrer o efeito de um comprimido material? A mente não seria o próprio cérebro? E então?
Se a mente for a mesma coisa que o cérebro, como explicar o dualismo psicofísico de Descartes, ou seja, por que Descartes chegou à uma conclusão que ele não poderia provar empiricamente, experimentalmente?

A lógica cartesiana é perfeita, mas ela resiste aos fatos? Que fato? Que nunca se soube até hoje que alguém pudesse pensar fora da sociedade humana. Somos humanos porque vivemos e temos relações sociais, principalmente, as de produção econômica. Quem vive de barriga vazia sem produzir e conviver com outros seres humanos? Descartes conseguia fazer isso? Ele, então, não era humano? Será que era um ET?

O que eu disse: UM PEQUENO FATO PODE DERRUBAR UM CASTELO LÓGICO. É só conferir no outro tópico.

Quem tiver as respostas que me dê, porque até agora, não fui convencido de coisa alguma. Só falácias e sofismas baratos. Uma pena!!

Eu parto de uma premissa ONTOLÓGICA, não de uma premissa LÓGICA. O que faz o ser humano ser humano são as relações sociais, econômicas e culturais. Sem a humanização, que só pode se dar no convívio com outros seres humanos, não poderia haver as condições para que Descartes afirmasse o seu famoso COGITO, ERGO SUM. Sem produção da vida social, não há ser "humano" que pensa. Principalmente, logicamente. As meninas-lobo, Amala e Kamala foram encontradas na Índia, no início do século XX, no meio de lobos. Não tiveram a oportunidade de se humanizarem. Não tinham nenhuma emoção humana: não choravam, não riam e não falavam. Em compensação, andavam de quatro, lambiam a água, comiam carne podre e uivavam. Foram recolhidas para uma instituição social, mas não conseguiram sobreviver. Uma delas aprendeu um vocabulário básico de 50 palavras. Essa é a prova que sem vida em sociedade, não há pensamento e nem linguagem, mas há a existência delas comprovada por outras pessoas. Há pouco tempo uma pastora de ovelhas se perdeu, num país da Ásia e ficou 17 anos perdida na floresta. Parece-me, que esqueceu-se do próprio nome. Desumanizou-se totalmente. A lógica tem importância, mas ela não é mais real do que o mundo natural e cultural. O homem inventou a lógica, mas a lógica não criou o homem: A NATUREZA, sim, pois antes de o homem aprender a falar, quando ele ainda grunhia, ele precisava se organizar de alguma forma socialmente para produzir a sua subsistência material. Mais: a razão foi inventada pelos gregos, ela não é algo natural; é cultural e histórica. E não foi Descartes que a inventou, ele a pegou pronta.

Texto: Marco Aurélio Machado

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

CRENÇAS E DESCRENÇAS EM DEUS/DEUSES

Deus, para mim, é uma questão existencial; não gnosiológica. Não acredito em nenhum conceito de Deus. Eu falo isso o tempo todo. Mas as pessoas fazem de conta que não leram, ou se leram, preferem dizer o contrário do que afirmei. Penso que o ateísmo o livra da culpa, do medo do inferno, da esperança de ser salvo. Dá-se mais valor à vida, porque é uma só; de fazer o bem pelo prazer de ajudar, não para ganhar o paraíso; de inventar os próprios valores, já que não existem valores determinados; de ser humano em todos os sentidos e não renegar os desejos mais ocultos; de estar em harmonia com a natureza e de saber que se faz parte dela; de aceitar os fenômenos naturais e mudar o que se é possível; de saber que o que não posso explicar racionalmente, não preciso inventar um ser imaginário, etc. Viver e ser feliz.

Porque a vida é única e bela. Se houver um Deus, ótimo, a vida continua, se não houver, excelente; não saberei que morri... Em primeiro lugar, quero dizer que sou um humanista. Baseio minha vida em valores estritamente naturais. Não acredito em seres sobrenaturais: deuses, fadas, duendes, demônios, anjos, arcanjos, serafins, capetas, diabos, anjos caídos, anjos que subiram, unicórnios, elementais, astrologia e seus signos, poder dos cristais, macumbas, espíritos das trevas, espíritos de luz, almas encarnadas e nem desencarnadas, fogo do inferno e em nenhuma religião e seus supostos salvadores ou MESSIAS.

Acredito na finitude da minha razão, nos limites das minhas impressões sensoriais e na recusa radical de dar asas à minha imaginação, inventando deuses e tornando-me prisioneiro dos seus caprichos e ameaças. Não se preocupem comigo. Quando morrer estarei debaixo da terra. Mas, quero fazer nesta vida curta e finita, o que muitos só fazem no discurso. Para terminar: todas as minhas convicções são baseadas nas CIÊNCIAS E NA FILOSOFIA. ATÉ QUE SE PROVE O CONTRÁRIO, ELAS SÃO A LUZ DA MINHA VIDA E DO MEU CAMINHAR FINITO, MAS SOLIDÁRIO, FRATERNO E HUMANO!!!


TEXTO: MARCO AURÉLIO MACHADO

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Filosofia - Ontologia Marxista

A ontologia marxista é a relação do seres sociais(homem) com a natureza para transformá-la pelo trabalho. São as relações sociais de produção as responsáveis por tornamo-nos humanos. Não somos humanos. Tornamo-nos. Sem produção econômica não há barriguinha cheia, logo, não há filosofia, ciências, artes, religião e cultura. O homem é essencialmente um ser social. Mas essa sociabilidade não acontece no plano dos conceitos. Ninguém sobrevive se alimentando de conceitos. Ao se relacionar com outros seres humanos e se organizar para produzir a sua subsistência material, o homem torna-se homem. Isso é a ontologia marxista. Quando o homem não percebe isso, está alienado. Inverte as coisas e fica procurando a essência das coisas numa metafísica que se alimenta de idéias. Se apenas as idéias sustentassem o homem, Marx não precisava ter detonado o mago das idéias: o senhor Hegel e a sua diarréia cerebral.

Muito antes de a Filosofia existir os homens tinham que se organizar para produzirem a sua subsistência material. Isso é ontologia. Sem relações sociais de produção não há possibilidade nenhuma de o homem sobreviver. Sem produção, consumo e reprodução da vida econômica, não há possiblidade de existir seres humanos. A meu ver, essa forma de pensar é fundamental. Infelizmente, o capitalismo se apropriou dos meios de produção e aquilo que poderia ser a redenção humana, ou seja, a tecnologia, está a serviço de uma minoria para explorar a maioria desprovida de tudo, mormente, da sua dignidade. E ainda dizem que o trabalho dignifica o homem. Deveria dignificar, mas no atual sistema, "coisifica". Lamentável...

Fico perplexo com toda doutrina filosófica que inverte a ordem do mundo. Uma corrente filosófica que dá mais valor à palavra, ao conceito, ao pensamento, é uma fábrica metafísica de comércio de ilusões e fantasias. Eu nunca mastiguei uma ideia. Não sou feito de luz, ora bolas...

Texto: Marco Aurélio Machado

domingo, 15 de novembro de 2009

Filosofia - Quem é o EU?

Quem é o EU? Ele é fixo? É permanente? Se fosse seríamos a mesma pessoa e não cairíamos em contradições. Uma hora estou alegre, na outra, estou triste; uma hora, estou calmo; na outra, estou nervoso; uma hora quero; na outra, não quero. A mente humana (EU) é o conjunto de tudo isso. Como poderia um Eu pensar independentemente do pensamento? Quando penso, o único processo que existe é a relação de pensamentos. Num conflito sem fim. O Eu é impermanente, muda o tempo todo, mas ao tentar congelar o real, ele entra em conflito e em contradição. É preciso mergulhar fundo nisso. Não é fácil compreender. E nem vou tentar explicar. Ficaria aqui um ano. Sugestão: leiam os livros do Krishnamurti. Ele não é místico como muita gente pensa. Ele é um cético que suspendeu todos os juízos. Quem consegue suspender os juízos só percebe os pensamentos. Contudo, não interferem nele. É como se cada ser humano fosse um labirinto. Os pensamentos estão dentro do labirinto( mente ), eles vão para lá e para cá, mas não conseguem escapar da sua própria natureza, que é o movimento, o dinamismo e a impermanência. O Eu é o centro que se forma por querer ser permanente e estático. Ele quer segurança. Mas não existem segurança e permanência. Só existem mudanças. Compreendendo isso profundamente, não há o que fazer. Assim, como é perda de tempo tentar escapar do labirinto, pois não tem saída, é perda de tempo querer controlar o "oceano" dos pensamentos. Toda tentativa de controle vai gerar uma neurose no indivíduo.

Logo, esta pretensão de rotular: eu sou isto; eu sou aquilo, é perda de tempo. O ser humano é o resultado das suas escolhas. Ele é o resultado dos seus atos, mas não de uma forma definitiva. Posso querer hoje e desistir amanhã. Não há felicidade permanente num mundo, ontologicamente, impermanente. Mais: o prazer contém a dor.

Tudo tem o seu preço. Quer prazer? Ótimo!!! Mas ele traz consigo a dor, pois tudo o que vira memória e lembrança é fonte de prazer e de dor. Os desejos são infinitos, mas quem vive como se fosse um animal, dando vazão aos seus instintos primitivos, não deveria reclamar. Todo prazer é vontade de mais prazer, num processo ad infinitum. Quando não vem, tome sofrimento e dor. Gostoso, não?

Texto: Marco Aurélio Machado

sábado, 14 de novembro de 2009

A FILOSOFIA E O FANATISMO RELIGIOSO!

Infelizmente, poucos conseguem livrar-se de superstições e crendices arraigadas desde a mais tenra idade. Minha esposa colocou minhas filhas no catecismo, contra minha vontade. Acabei cedendo inicialmente. Mas, não me contive. Conversei com minha esposa e expliquei detalhe por detalhe sobre as conseqüências funestas de tais práticas. Elas saíram. Quando crescerem e tiverem uma visão crítica da vida, tudo bem. Podem escolher o que fazer.

A religião pega a pessoa numa época, que qualquer coisa que se diz, a criança aceita e vira uma verdade dogmática. Sei, porque minha mãe, por ignorância, me criou fazendo medo em mim, em nome de Deus. Só que sempre fui rebelde e nunca aceitei crenças infundadas e invenções de uma imaginação descontrolada. Aos dez anos, eu lia a Bíblia e questionava cada contradição do Deus cristão. Tanto do Velho Testamento, quanto do Novo. O Novo Testamento é ainda pior. Aprisiona a pessoa da forma mais cruel possível: a prisão psicológica. Além da culpa, remorso, arrependimento e toda crueldade neste mundo, existe a crença maldita e covarde, de que a pessoa poderá ir para o inferno, se não for salva. "E ali haverá choro e ranger de dentes".

Tenho alunos que têm pavor dessa idéia. Morrem de medo. Aos poucos, através de argumentos lógicos, procuro levá-los à reflexão sobre a possibilidade dessa crença ter algum fundamento. Isso é uma gaiola. Como um rapaz questionou-me outro dia. "Você livrou a sua aluna da gaiola, mas ela entrou em quais outras"? Não tive a oportunidade de dizer tudo o que queria, e nem é minha intenção ficar debatendo com quem não conhece a minha realidade profissional. Mas só para esclarecer, a distinção, é que ela pode, a partir de agora, entrar em qualquer outra gaiola ou ideologia. A diferença é que agora ela poderá entrar em outras gaiolas, mas tais gaiolas serão abertas por uma chave muito especial: a reflexão filosófica, a luz da razão.

A reflexão filosófica é a chave para abrir qualquer porta...A razão deve ser a guia de todos os seres humanos. Devemos fazer o bem sempre, independentemente se há um DEUS, um PARAÍSO. O bem deve ser um fim em si mesmo, e não um meio para uma suposta salvação. Isso é comércio. Faço o bem aqui para ganhar mais lá no "CÉU". A meu ver, só é capaz de amar, verdadeiramente, aquele que acredita que o seu fim é uma vala de sete palmos. Nada mais!!


Texto: Marco Aurélio Machado

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Filosofia - Qual é a UTILIDADE DA UTILIDADE?

No meu cotidiano, nas aulas de Filosofia, e também nas demais relações sociais, uma questão sempre me deixou perplexo: a pergunta sobre qual é a utilidade da Filosofia? A Filosofia serve para quê? Geralmente, eu respondo com outra pergunta: qual é a utilidade da utilidade?

A utilidade da utilidade serve para quê? O que é ser útil? Se, normalmente, as pessoas se engasgam com uma pergunta tão simples como essa; se elas não sabem qual é a utilidade da utilidade, como poderiam saber sobre como ser um ser humano no sentido mais nobre e magnânimo desse conceito?

Se fazer perguntas não é importante, o que é ser importante? Se o homem não fizesse perguntas, como poderia haver respostas para a resolução e tentativas de soluções para os desafios que a NATUREZA nos coloca? Como poderia haver tentativas de soluções para os problemas econômicos, políticos, sociais, entre outros?

Ser útil é tudo que se faz de um ponto de vista prático? O que é ser prático? Por acaso, para se descobrir o que é a prática, não precisamos teorizar sobre ela? Não é preciso refletir sobre ela? Mas, o que é a prática? Ser prático e útil é trabalhar, comer, beber, dormir, se divertir, reproduzir e morrer? Fazer tudo isso e nunca perguntar a si mesmo por que fazemos, pensamos e sentimos? Se assim for, quero dizer que não sou humano: sou uma coisa mecânica, tal qual um robô programado para ser alienado e fingir ser feliz, já que se alguém me perguntar o que é ser feliz, não saberei responder. Por quê? Porque terei nojo da reflexão filosófica! Por quê? Porque a reflexão filosófica me fará virar um ser humano consciente, crítico, capaz de questionar todos aqueles que foram programados para mandar fazer o que é útil, mas que também não sabem o que é a utilidade.

Conclusão: EU prefiro ser inútil. Assim terei tempo para pensar na utilidade e saber que muitas coisas ditas úteis, só servem para que as pessoas sejam inúteis, descartáveis e sobras de um sistema que acho feio tudo o que não é útil. Mas a questão filosófica continua a perguntar: O QUE É SER ÚTIL? Qual é a utilidade da utilidade? Talvez muitas pessoas não saibam responder, porque estão perdendo muito tempo querendo ser úteis e com isso não passam de pessoas inúteis e dignas de pena...

Texto: Marco Aurélio Machado

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Filosofia - Ideologia do ANO NOVO, o fortificante do povo

Todos os anos é a mesma coisa. Renasce a esperança de que o mundo será melhor. Que os astros nos trarão sorte, que o ano será regido pelo planeta tal e qual, que realizaremos todos os nossos sonhos, enfim, não há ideologia melhor para quem domina do que o nascimento de um novo ano. E a mitologia e os rituais de passagem continuam a embotar os neurônios do senso comum e da imaginação popular. Muitos se vestem de branco e esperam a paz. Uma paz que só virá com a mudança de cada indivíduo. E viva a esperança! Para mim, ela já nasceu morta. É a primeira que tem que morrer. Quem vive de esperança só espera, enquanto a elite faz a festa. Hehehe! Nada como começar o ano fazendo uma crítica a mais uma idiotice inventada para suavizar as dores da massa. E viva a alienação! O FORTIFICANTE do povão!

Ninguém precisa concordar comigo. É apenas uma reflexão. O povo sempre gostou de pão e circo. É futebol ( um dos deuses das massas), carnaval, drogas, bebidas alcóolicas, etc. Simplesmente, mecanismos de fuga. Se as pessoas escolhem isso livremente...Apenas vejo as coisas como elas são. Agora mesmo há várias pessoas me desejando um excelente ano. E eu espero realmente que seja. Desde que dependa dos meus esforços e das minhas ações. Se o povo está feliz...ótimo. Eu queria ser assim...

Eles têm o que comemorar. A esperança de um mundo melhor sem esforço pessoal. Esperança nos astros e todo tipo de superstições e crendices. Se estão felizes, tudo bem. A proporção que a alegria deles aumenta, a minha diminui...mas não vou me suicidar por causa disso...

Cuidado com os profetas do ANO NOVO! Desconfio que muitos desses profetas passaram por algum hospital psiquiátrico. Sempre desconfiei dessa gente. Isso tudo não passa de baboseira, conversa fiada e anestésico para mentes infantis e tolas. Não tem coisa nenhuma, a não ser o desejo de mudarmos as coisas. Contudo, só se muda alguma coisa, se cada indivíduo mudar. Infelizmente, eu uso como estratégia a linguagem ácida e agressiva. As pessoas estão num sono dogmático tão profundo, que precisam tomar um choque bem forte. O choque incomoda, mas martela a cabeça das pessoas. Era de aquário, astrologia, esoterismo e outros "ismos" são ótimos para quem quer viver na ilusão...excelente para engordar o lucro das editoras. Melhor, ainda, para o capitalismo e a burguesia safada. Assim, o povo vive na esperança...

Pisamos no pescoço dos nossos semelhantes durante o ano inteiro. No Natal e ANO NOVO damos beijinhos. Isso é ser refinado e educado? Para mim tem outro nome: HIPOCRISIA! Ah! Pisamos com jeitinho. Com vaselina entra melhor...

Para terminar este assunto. No sentido marxista e que é da minha preferência para analisar a ideologia e a maldita alienação, a ideologia é um conjunto de valores, princípios, normas e regras de uma determindada classe social, ou seja, a classe que detém os meios de produção e o poder econômico como um todo, que impõe através dos mais variados meios a sua maneira de pensar, sentir e agir. Em outras palavras, os valores de uma classe, portanto, valores individuais, tornam-se valores universais. O que deveria servir apenas para uma classe, generaliza-se. A ideologia inverte toda a realidade, econômica, política, social, cultural, histórica, educativa, religiosa, o aparato jurídico-estatal, entre outros. A explicação ideológica tem a função de manter a sociedade coesa e harmônica. O objetivo é encobrir, em vez de desvelar. Ocultar, em vez de esclarecer. O que é um fenômeno social, ela coloca como natural. A explicação é sempre abstrata e lacunar, porque não explica o real de forma transparente. A forma mais fácil de dominar é através da ideologia, porque condiciona às pessoas a aceitarem toda a exploração sem consciência crítica. É muito comum encontrar pessoas que não têm um lote para morar, defedendo interesses de fazendeiros. Isso é o quê? Por que a pessoa não percebe isso? Por causa da alienação. Por que não percebe a alienação? Por cauda da ideologia. Conclusão: verso e reverso da mesma moeda. Outras explicações podem convencer a muitas pessoas. A mim, não. Isso, para mim, é um fato consumado.

Texto: Marco Aurélio Machado

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Filosofia - Política - Economia - Sociedade planetária

Como as pessoas confundem conceitos...Criticam o socialismo e o comunismo e só conhecem o CAPITALISMO DE ESTADO, mas não sabem disso. Nunca tivemos uma experiência socialista, quem dirá comunista...Quantas vezes vou ter que dizer a mesma coisa? O CAPITALISMO DE ESTADO é o que aconteceu na ex-URSS, acontece na China, Cuba, Korea do Norte, etc. O capitalismo as pessoas conhecem bem. Ele é bom para quem? Para meia-dúzia de países. Quantos países existem no mundo? Já pensou se todos tivessem o nível de consumo que tem os EUA? Compreenda uma coisa, jovem. O que eu digo não se trata de ideologia. Não concordo com o TOTALITARISMO de nenhuma espécie. Sempre fui a favor da liberdade. Em todos os sentidos. Não concordo com ditaduras. Eu sou filho de uma ditadura de direita neste país. Nasci no dia 11/01/1965. Fui criado em plena ditadura militar. O que eu preconizo é uma mudança no modo de produzir do planeta e a extinção da política e do Estado. Fiquem tranquilos, o mundo voa pelos ares e não veremos tal fato acontecer. Por sermos humanos temos que resolver os nossos problemas. Não podemos continuar com esse consumismo exagerado, onde temos muito mais do que precisamos. O planeta não suporta tanta sangria de recursos naturais. Sem contar a ganância. A luta pelo poder. A destruição das florestas, dos mananciais de água doce, a poluição dos mares, a violência-para não dizer a barbárie-, pois já estamos em plena GUERRA CIVIL. O rico se defende como pode. Os pobres, além das dificuldades, estão à mercê dos bandidos. É a espécie humana que será extinta. Será que não dar para prever isso? É questão de tempo. Temo que já seja irreversível.

Pode ser até uma social-democracia; um socialismo moderado, desde que os Estados tenham a missão de colocar limites nesse consumo desenfreado. Todavia, isso deveria ser feito em nível planetário. Colocar um limite é a palavra de ordem. O planeta agradece. Como se faz isso, é difícil, porque demandaria uma consciência por parte das massas e dos líderes, que eles não têm. Não sei se terão um dia. A solução é a tecnologia. Ela deve estar a serviço de toda a Humanidade. E não apenas de uma minoria, para explorar e desempregar a maioria. Se ela estiver a serviço de todos, é a solução. O contrário não é verdadeiro. A auto-organização das pessoas sem a intervenção de nada. É claro que essa transição seria dolorosa e conflituosa. Mas as coisas não estão muito diferentes agora, estão? O que produzir? Bens necessários, sem exageros. Isso seria decidido por conselhos populares, com a participação de todos. Enfim, não tenho uma fórmula pronta. Mas, do jeito que está, não dá.

Nada de conceitos mofados, esclerosados e cristalizados, como, por exemplo, a "Ditadura do Proletariado". Isso jamais entraria na minha proposta. Tenho horror a esse discurso. Se queremos acabar com as classes sociais, vamos criar outra classe: a ditadura do proletariado? De jeito nenhum. Se não tiver outro jeito, contento-me com uma social-democracia. Com intervenção estatal e limite na produção e no consumo, para o bem do planeta. Haveria desigualdades sociais e econômicas, contudo, o povo teria cidadania plena. Para mim está razoável!

Sonhar não custa nada, não é mesmo? Isso é um sonho, um ideal. Diante, porém, da situação vigente e o alto grau de alienação das massas...Sinceramente, não acredito. Tomara que esteja equivocado. É com muita tristeza que vejo isso. Agora, procuro fazer isso nas salas-de-aula. Mas, na primeira oportunidade, vou abandonar também a educação. Não vale a pena. Espero não sentir muitas saudades, se é que ainda dar tempo de mudar...Sei lá...O futuro a ninguém pertence, ele foi inventado também para conformar as massas adormecidas e sonhadoras. Vai uns óculos cor-de-rosa, aí?

Texto: Marco Aurélio Machado

REFLEXÃO SOBRE A PSICANÁLISE!

Desde a minha adolescência, sempre tive uma certa curiosidade de saber um pouco mais sobre a Psicanálise e a ideia de inconsciente. Li há muitos e muitos anos textos de Freud e alguns livrinhos bem introdutórios. Na universidade, no curso de Filosofia, sempre víamos alguma coisa a respeito da Psicanálise. Entretanto, nunca me convenci de que um suposto inconsciente não seja totalmente contraditório de um ponto de vista lógico. Vejamos um pouco sobre este assunto, sem, contudo, termos a intenção de colocar um ponto final no debate.

Como o inconsciente pode recalcar, censurar ou reprimir o que não conhece? Se conhece, não pode ser o inconsciente, pois é consciente daquilo que recalca ou censura, certo? Se não conhece, como pode recalcar ou censurar, já que é inconsciente? Como se pode ver, tal tese do inconsciente, de um ponto de vista lógico, é contraditória. Não tem explicação plausível que me convença do contrário...

É como se existisse um outro ser dentro de mim que soubesse o que é melhor para mim. Mas se tal "ser" existe, ele se comporta de uma forma muito estranha, pois reprime o que, supostamente, conhece, mesmo sem conhecer, porque é inconsciente, mas ao mesmo tempo gera vários sintomas desagradáveis em todo o meu organismo, em nome de uma suposta tese de que o sujeito não aguentaria saber certas coisas sobre si mesmo. Ora, se já sabemos as possíveis causas de uma neurose, que não deve sair muito de um Complexo de Édipo e outros desejos humanos, por que haveria essa resistência? Além do mais, os diversos conceitos psicanalíticos são a priori. É como se existissem primeiro à espera de encarnar em alguém. Em última análise, tudo é sexo na psicanálise. Até parece que Freud tinha um pênis na mente. Se o sexo é o responsável pela vida, por que haveria tanto sofrimento psíquico em algo tão natural e bom?!

Eu até gostaria mesmo que ele existisse, assim, deixaria de ser o responsável pelos meus atos. Se algum dia matar alguém, não terá sido eu: foi o meu inconsciente que veio à tona e me fez virar um "bicho", um monstro irracional e irresponsável! O problema vai ser explicar à polícia e à Justiça... Pois é!

A mente humana é assunto que será estudado durante muitos e muitos anos. Partir da premissa de que o inconsciente existe é complicado...Eu não sou especialista em Psicanálise, daí o meu interesse, para que os psicanalistas explicassem as diversas teorias (eles não se entendem), pois assim ficaria mais claro para todos. A verdade é que a Psicanálise é muito subjetiva. Duvido que se eu fizesse um tratamento com dez psicanalistas de qualquer linha ( são muitas ) se, por acaso, eles chegariam às mesmas causas do meu sofrimento psíquico. Duvido.

A impressão que tenho (e que não posso provar) é que a religião inventou os demônios que nos atentam externamente, "soprando" nos nossos ouvidos o que deveríamos fazer, e a Psicanálise colocou esses demônios dentro da mente humana. O problema é que eleS não "sopraM" nada internamente, só causaM neuroses e todos tipos de desordens psicológicas, e ainda "acham" que nos protegem de coisas que não suportaríamos saber sem a ajuda de um assessor: o psicanalista.

O suposto inconsciente é uma espécie de "demônio bom", que por nos querer proteger, nos causa o mal: todos os sintomas físicos e psicológicos. E quem entende a linguagem dele? Os psicanalistas. Quem pode compreender tantas contradições lógicas?

É muito difícil compreender tal mecanismo. Se eu perdesse o sentido do tato, por exemplo, se por acaso tomasse uma pancada ou acontecesse algum acidente relacionado a essa área do meu cérebro, eu poderia fritar a minha mão na frigideira e não sentiria nada. Um fenômeno natural. Aconteceria o mesmo com o inconsciente, se eu sofresse algum acidente? Ele desaparecia? Em caso afirmativo, onde ele se localiza? Se não se localiza em lugar nenhum, como eu posso dizer que ele existe? Devemos pressupor uma entidade espiritual dentro do cérebro? Fora do cérebro? Mas Freud era um ateu... Chegamos, a meu ver, numa metafísica. Eu quero saber onde se encontra esse tal inconsciente, porque se ele não se localiza no cérebro, como explicar que os sintomas além de mentais são físicos? Não há uma dualidade psicofísica. Sem cérebro não teríamos nenhum sintoma: nem mental e nem físico. Um paradoxo, para dizer o mínimo...

De minha parte, se ficar doente, de um ponto de vista psicológico, não perderei o meu tempo com a Psicanálise. Por três motivos: 1º) Nunca me convenci de que a Psicanálise tenha a última palavra sobre o sofrimento psíquico; 2º) Parece-me um tratamento para uma elite, porque não conheço pobre que faça análise (deve ter, apenas não os conheço); 3º) O tratamento é extremamente demorado e caro. Na verdade, a Psicanálise é muito "chique", para pessoas "chiques".


TEXTO: MARCO AURÉLIO MACHADO

domingo, 1 de novembro de 2009

Filosofia - Metafísica X Ontologia Social

A metafísica/ontologia não deve ser vista apenas como a busca da essência das coisas, como pensavam os filósofos antigos e medievais. Quando refiro-me à questão ontológica, estou em busca daquilo que fundamenta o SER. O SER que pergunta por todos os outros seres e que tem consciência da própria existência. Quem é este ser? O homem. Contudo, não nascemos humanos. Tornamo-nos humanos através das relações sociais que estabelecemos com outros humanos. Ninguém filosofa sem produzir. Ninguém pensa com a barriguinha vazia. Negar a política é a condição "sine qua non" para salvarmos o planeta. Se isso é parecido com o Marxismo, para mim não é importante. Não estou preocupado com nenhum "ismos". Os homens podem se organizar para produzirem a sua subsistência material.

A existência do Estado é fundamental para quem domina. Podemos preconizar que o Estado não deve interferir na economia e que deve limitar-se às questões básicas. Contudo, o Estado político existiu, existe e sempre existirá para assegurar os privilégios da classe dominante. Afinal, quem tem o monopólio da força? Reafirmo, que apesar disso, uma filosofia dissociada da vida é muito boa para quem está satisfeito com a situação vigente.
Não tenho ilusões, mas o homem só pode ser homem, se for consciente de todas as dimensões da sua vida. Caso contrário, será alienado. Não devemos compreender a Filosofia como os filósofos gregos e medievais a preconizaram. Quem produzia naquela época? Não podemos nos dar esse luxo. Deixe o mundo ficar uma semana sem produzir... Seria o caos. O homem é igual na política-organização do Estado de direito-uma igualdade abstrata, mas onde ele produz a riqueza marerial, onde está a igualdade?


Se é uma ontologia marxista...não sei! A verdade é que nunca tivemos uma experiência nem socialista. Tivemos, no máximo, um Capitalismo de Estado. Vide Cuba e CIA. Daí a "ontonegatividade da politicidade", como dizia o meu ex-professor José Chasin. Negar a política, que nada mais é do que sinônimo de poder em suas várias vertentes, é importante para a humanização e a emancipação do homem.

Texto: Marco Aurélio Machado

Filosofia - Política - Brasil, mostre a sua cara

Brasil: MOSTRE A SUA CARA!

Este país precisa encontrar o caminho REPUBLICANO. Ter seriedade com a coisa pública. Avançar nas políticas sociais. Enfim, o Estado não pode continuar a ser esfera privada de políticos desonestos.

Na "democracia," se elege quem tem mais votos. Quantidade de votos não prova a qualidade de um político. Há que saber como esses votos foram "conquistados". Um homem que não aprendeu a dominar as suas paixões, o egoísmo e a ambição desenfreada, pode governar para o POVO? O escravo do dinheiro, do poder e das glórias não pode administrar nada, pois ele não consegue governar a própria vida.

Que diferença fará neste mundo se fui REI ou MENDIGO? A vala e os micróbios nivelam as pessoas. Tudo apodrece e, até onde eu sei, não há outra vida, e se houver, o dinheiro que se acumulou por aqui, não pode se levar para o outro lado. Para que tanta sede de poder, corrupção e tanto sofrimento para a própria pessoa? Sim, porque uma pessoa que desvia dinheiro publico, não é livre: É ESCRAVA dos seus apetites mundanos, dos aplausos, dos elogios, do fingimento e da hipocrisia alheia. Como é o sono dessas pessoas? É leve? É um pesadelo? Elas conseguem dormir? Dormem o sono dos justos? Ou será que usam os TARJAS PRETAS para dormirem? Triste...Muito triste tudo isso.

O que me deixa mais indignado é ver pessoas desonestas lerem versículos bíblicos, antes de uma sessão no LEGISLATIVO. Em nome de Deus, do SENHOR, as pessoas fazem as coisas mais terríveis. Mas a culpa, infelizmente, não é só dos maus políticos: é do povo também. Povo pacífico e ordeiro que costuma estufar o peito e dizer: "ELE ROUBA, MAS FAZ". Povo que quer sempre uma "ajudinha" de um político. Quanto custa essa "ajudinha"? Da próxima vez em que for votar, lembre-se, a responsabilidade é sua. O dinheiro é SEU. Onde ele será melhor aplicado? Na conta pessoal do candidato que lhe comprou o voto ou na CONSTRUÇÃO DE ESCOLAS, HOSPITAIS, SANEAMENTO BÁSICO e outros programas sociais? A escolha é sua. Depois não reclame!!!

Texto: Marco Aurélio Machado