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MAPA DOS VISITANTES DESDE O DIA 29/11/2009

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Imprensa e a DEMOCRACIA NO BRASIL

A palavra democracia é uma das mais pronunciadas no mundo. De ditadores sanguinários, políticos de direita e de esquerda, aos meios de comunicação em geral, a palavra democracia é como se fosse o maná dos deuses. Tantas vezes pronunciada e raras ocasiões colocada em prática. Está na moda dizer que a liberdade de imprensa é tudo, e que qualquer pessoa pode dizer tudo, desde que seja para bem "informar o público". Informar, sim, mas a imprensa deve ter partido político? A imprensa pode acusar sem provas? Jornalistas podem ser demitidos por serem isentos? Governantes podem deixar de anunciar numa determinada mídia, se a mídia divulgar os fatos?

Infelizmente, no Brasil, mesmo a democracia formal, está muito longe de ser uma realidade. Para quem não sabe, na democracia formal há o direito à igualdade num plano abstrato, ou seja, todos são iguais ( deveriam ser ) perante a lei; liberdade de associação; de "ir e vir"; de ser inocente até que se prove o contrário, pois a CARTA MAGNA ( CONSTITUIÇÃO) nos garante tal "direito".

No Brasil e em muitos países com uma vocação autoritária, tipo "manda quem pode e obedece quem tem juízo", a palavra democracia chega a ser motivo de chacota, afinal, a regra quase sempre é esta: para o inimigo a lei, para o amigo o "jeitinho". E estamos nos referindo apenas à democracia formal, pois se formos mencionar a verdadeira democracia, ou seja, a democracia substancial, que preconiza uma igualdade de fato, e não apenas sujeitos de direito abstrato, as coisas, então, viram piada de gosto duvidoso! A democracia abstrata não alimenta quem tem fome; não dá educação de qualidade aos pobres; não cuida dos doentes; não coloca a pessoa sob um teto digno; não prepara o indíviduo para a cidadania; não emprega, em compensação, desampara...

É com muita tristeza, que vemos indignados e quase impotentes, uma meia-dúzia de famílias dominarem a mídia no Brasil e ainda estufarem o peito para grasnar uma "democracia" de fachada. Desde quando, alguns coronéis que trocaram o chicote pelo black tie, podem querer ganhar uma eleição no grito e no poder do dinheiro? Trocar as esporas das botas, por uma roupa mais sofisticada, muda também a alma de quem tem horror aos pobres? Basta alguém começar a tentar dar um pouco de dignidade ao povo e as elites reacionárias querem colocar mordaças, não apenas nas nossas bocas, mas nos tirarem o direito sagrado de sermos humanos? Já não se contentam em apenas dividir migalhas durante 500 anos?

Deixemos de ser uma republiqueta de bananas e vamos respeitar a vontade do povo, ora! Não é com mentiras, calúnias, infâmias e força bruta, que a direita reacionária voltará ao poder. É preciso que este PAÍS assuma de vez o seu destino de crescer com autonomia, liberdade e responsabilidade. O Brasil é de todos, não é apenas de meia-dúzia de famílias, que faz da onipresente mídia, um meio para tentar impor interesses mesquinhos. O Estado brasileiro deve ser um meio para promover o bem comum, não pode, por isso, ter compromisso com quem diz "informar". A mídia não pode estar acima da lei. A lei é para todos e deve ser democrática, principalmente, porque os canais de televisão e rádio são concessões estatal, e não poder de grupos privados, que só gostam da "democracia" que assegura privilégios à nata da sociedade.

O PAÍS está no caminho certo e precisamos apenas colocar a CONSTITUIÇÃO cidadã em prática. Democratizar este PAÍS. E isto inclui cidadania de fato, e a mídia não pode ser contra um Estado, que tem no povo a sua referência. A sociedade é a genitora do Estado. Este, então, deve cuidar de todos: desde a pessoa mais humilde à mais rica, ninguém pode querer ser mais "igual" do que os outros.

AVANTE BRASIL, pois a sua vocação é a luz que ilumina e não as trevas daqueles que, por terem um microfone, a audição e a imagem onipresente e onipotente, pensam que podem ofuscar a nossa inteligência e o nosso sagrado direito de escolher o caminho que queremos seguir; mesmo que as nossas escolhas se mostrem equivocadas, pois é participando do jogo democrático que aprenderemos o que é a democracia de fato. Assim como ninguém aprende a nadar apenas teoricamente, ninguém saberá o que é a democracia somente através dos discursos dos donos do poder no Brasil. Por quê? Porque eles são treinados para exigir dos outros, todavia, quando se trata de exigência alheia, geralmente a intolerância é a regra: "façam o que eu mando, mas não façam o que eu faço". Consideram a maioria dos brasileiros cidadãos de segunda classe, para dizer o mínimo... A voz do povo é inviolável e intransferível, não está à venda. Façamos o nosso destino e torçamos para que a mídia possa informar com lucidez e coerência. O bom senso e a tão decantada "informação democrática agradece. E que a luz da Filosofia continue atenta para denunciar as tentativas de profissionais que fugiram das aulas de ética.


TEXTO: Marco Aurélio Machado

terça-feira, 14 de setembro de 2010

O MITO DO LIVRE-ARBÍTRIO

O livre-arbítrio é um dos maiores argumentos utilizados pelas pessoas de boa-fé ou má-fé para tentar explicar o mal que acomete os seres humanos. Todavia, uma pequena reflexão pode jogar por terra a tentativa de explicar o que não tem explicação.

A maioria das pessoas, para fazer predominar as suas crenças e opiniões infundadas, parece ter um certo horror à lógica, e muitas querem encarcerar deduções lógicas em prisões dogmáticas. Vejamos mais de perto o tão decantado argumento do livre-arbítrio e as contradições lógicas que insistem em desaprová-lo. Recorrer ao argumento do livre-arbítrio é o mesmo que dizer que somos livres e responsáveis pelos nossos atos e atitudes. Em primeiro lugar, qual é o livre-arbítrio que uma criança de cinco anos tem? E uma criança de dois anos? Um pai responsável seria capaz de colocar uma criança de dois anos num ônibus, para viajar para o centro de uma cidade grande? Por acaso, os seres humanos em relação a DEUS, não teriam menos de dois anos? Deus, por ser onisciente, já não sabia desde a eternidade o que um dos seus filhos faria? Se sabia, como poderia colocar à prova alguém cuja atitude já estava escrita? Se, por outro lado, Deus não sabia, como pode ser DEUS e onisciente? Parece o Mito de Adão e Eva. Deus já sabia que Adão e Eva pecariam. Se dissermos que não, então duvidaremos também da onisciência, onipotência e onipresença divina. Se sabia, não precisava experimentá-los, certo? A lógica é fria e não podemos colocá-la a serviço do nosso narcisismo divino...

O argumento do livre-arbítrio é totalmente contraditório. Uma criança de dois anos pode escolher não ser vítima de um pedófilo? Pode escolher não cair da sacada de um edifício? Quem poderia olhar por ela? Os pais? Mas os pais são imperfeitos, não são oniscientes, onipotentes e onipresentes. O único "pai" com todos esses atributos é o "pai" divino. Entretanto, é triste constatar que as crianças são vítimas de violências as mais variadas e, infelizmente, ainda não se viu intervenção do único ser que poderia fazer isso. Dizer que Deus deu livre-arbítrio para os seres humanos, é mais improvável do que afirmar que um pai responsável deixa um filho de dois anos viajar sozinho. Pior: o primeiro "pai' é DEUS, o segundo, um ser humano. Não tem o menor cabimento. Todavia, é nesse tipo de absurdo que as pessoas ingênuas querem nos fazer acreditar. A palavra é providencial: acreditar. Crença não é um fato, é apenas uma crença!

Essas pessoas não conseguem explicar quase nada, mas querem explicar a mente divina através de argumentos pueris, crenças e superstições. É o cúmulo da arrogância.

Eu poderia desenvolver este assunto com muitas e muitas páginas e demonstrar, cabalmente, que de um ponto de vista lógico o argumento do livre-arbítrio é fraco e infantil. Mas fico por aqui e espero ter contribuído para que as pessoas possam refletir sobre o assunto sem paixões, devaneios e piruetas acrobáticas que não explicam nada...

Texto: Marco Aurélio Machado

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A PRIVATIZAÇÃO DO AR

Nas minhas "viagens," para trabalhar todos os dias, às vezes mergulho fundo em alguns questionamentos que fariam um "louco" se sentir "normal". Vou compartilhar com os poucos visitantes deste espaço, uma dessas minhas especulações tenebrosas, dignas de um filme de terror. Parece brincadeira, mas em se tratando de dinheiro, ganância, ambição e egoísmo, é bom não duvidar. Aliás, se dinheiro fosse comida, muitos capitalistas comeriam só notas de EUROS.

Não sei como os capitalistas e "empreendedores" ainda não descobriram uma forma de "privatizar" o ar. Sim, porque já arrumaram um jeito de privatizar as terras ( parece até que receberam escrituras e registros de loteamentos, divinos), e também já são "donos" até do verbo criador do mundo.

Não vai demorar muito e algum grande empresário descobrirá a "fórmula" de filtrar o ar, não para benefício da Humanidade, mas para engordar a sua conta bancária. Virá em forma de download, direto da esfera celeste! Quem teria direito de respirar um ar puro e revitalizador? Os ricos e a classe média alta. Aquela que não é proprietária dos meios de produção, assalariada, ou composta por profissionais liberais, mas que tem pose de rica. Há exceções, é claro. A crítica não é uniforme. Pobre, "rica" classe média...

Essas classes pagariam uma senhora taxa por mês, com direito a reajustes anuais. Caso o cliente ficasse inadimplente, o "filtro" seria cortado...Parece brincadeira, mas é preocupante, afinal, a educação, a saúde, a televisão, a internet, a terra, a água, os animais e as plantas, já têm donos. Se pagaram a duplicata a Deus é outra discussão. O mais engraçado disso tudo é que muitos empresários agradecem a Deus pelo fato de terem sidos "abençoados". Benção para explorar o que deveria ser de todos? Pois é...

Pobre Humanidade. Pobres, ricos exploradores...Todavia, pelo menos um tipo de ar fora privatizado, afinal os ricos e a classe média alta respiram um ar puro, mormente aos fins de semana e nas férias!! Onde? Nos sítios, chácaras, condomínios fechados, fazendas e outros refúgios naturais.

Seria interessante, que o nosso lindo planeta azul, pudesse ser um lugar onde não houvesse territórios cercados com arames farpados, muros, camêras e cercas elétricas; que as malditas crenças ( não apenas as religiosas ), não dividissem os homens, pois onde não há reflexão racional, impera a "lei dos instintos". Como seria bom, se pudéssemos usufruir os recursos naturais e não sermos "proprietários"de nada. O melhor exemplo de que isso é possível, é o AR, elemento essencial à vida de todos, mesmo que seja poluído pelo efeito do "progresso". O "progresso" em direção à morte. A morte de tudo que é belo e natural. Pergunta: os outros elementos também não são, por acaso, fundamentais à vida? Por que, então, foram privatizados? Bendita seja a democratização do ar, pois o dia em que ele for privatizado, só os ricos e a classe média alta (será?) poderão viver. Tudo muito triste...Antes, só existissem os pássaros...

Texto: Marco Aurélio Machado