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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

REFLEXÃO SOBRE O SER HUMANO!

No cotidiano,  nos deparamos com os mais variados conceitos e palavras. Reproduzimos-os como senso comum e,  por isso,  não paramos para refletir sobre a importância de lançarmos luz naquela que possibilita ao homem ser quem ele é de direito e de fato: a linguagem. Em vários outros textos que escrevi,  no meu blog, sempre refiro-me a respeito da importância do pensamento, da palavra e do conceito como condição de percepção e compreensão da realidade nas suas várias dimensões. E, portanto,  neste texto gostaria de tentar fazer uma conexão, uma ponte entre a linguagem e o ser humano, afinal é impossível darmos sentido e significado à vida e ao mundo,  sem a mediação dos pensamentos e das palavras como representações do universo humano.


Todavia, como já dissera em outros textos, o ser humano não existe como algo abstrato e, assim, pudéssemos nos livrar,  como num passe de mágica,  da sua situação concreta, existencial  e tendo como fardo um corpo,  que não apenas ocupa um lugar no espaço como os outros objetos,  mas percebe tal espaço, convive com outros e estabelece relações sociais de produção e reprodução da sua vida material e tem consciência da sua dimensão temporal. Isto significa que o homem coexiste consigo mesmo e com os seus semelhantes de uma forma contingente no espaço-tempo. É impossível conceber um sem o outro, pois estão intricados, relacionados e, com isto, estabelecemos uma relação de causa e efeito com o mundo.


Evidentemente, que tudo o que foi supracitado,  é belo,  e faz do ser humano, apesar da sua insignificância diante do Universo, um ser único e de uma certa forma especial. Contudo, paradoxalmente, o ser humano como ser belo e especial, também é um dos maiores abortos já gerados casualmente, aleatoriamente, pela "mãe" natureza. Em outras palavras, um ser capaz de construir e destruir com a mesma eficácia, eficiência, capacidade e "competência".


O pensamento, a palavra, o conceito como representações do mundo, da realidade fazem do ser humano a única espécie que vive no tempo e, com isto, relembra o passado, tem consciência do presente e projeta o futuro,  antecipando-o pela imaginação. O ser humano "controla" e manipula o seu meio ambiente da forma que lhe convier e quiser.


Todavia, um dos piores defeito humano,  é a arte de enganar o seu semelhante; mentir ou faltar com a verdade. O filósofo alemão, Kant, já dissera algo muito profundo sobre a importância da verdade e de como o homem deveria ser tratado como um fim em si mesmo e não um meio. Evidentemente, que a mentira é uma das formas de se usar uma pessoa como meio, portanto, a serviço dos interesses pessoais, e quem é usado fica carente da sua humanidade.


E, o que mais me entristece,  é o ser humano com toda essa capacidade, fazer um mau uso da palavra, palavra esta que o coloca numa posição de destaque na natureza e na cultura, mas ao mesmo tempo é a mesma que o que o faz rastejar na lama e ser pior dos que os vermes. Os vermes não têm culpa de ser vermes, mas o homem tem culpa de ser pior do que as víboras. Não sou religioso nem sei se existiu,  de fato,  um homem na História com o nome de Jesus, contudo, o mais importante foi a frase que a tradição lhe atribui: " O HOMEM É UMA RAÇA DE VÍBORAS". E digo mais: o ser humano é pior do que as víboras, pois estas não podem escolher, o homem, se não for vítima de nenhuma doença mental grave, pode fazer belas escolhas e assim contribuir para colocar a luz da razão e da ética a serviço da humanidade, usando, sempre que possível,  a VERDADE.


TEXTO:  Marco Aurélio Machado