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domingo, 18 de outubro de 2009

CRENÇAS E DESCRENÇAS NO MUNDO

A pior desgraça da humanidade é a crença. A crença divide os homens. Seria possível viver num mundo sem crença? Nenhuma? Observar todas as coisas, pessoas e relações sem julgar? É possível viver só no presente? Há saídas, mas estamos dispostos a pagar o preço? Se a crença não é um fato, para que acreditar? Eu acredito que minha mulher nunca me trairá. Num belo dia, trai. Eu acredito que sou querido por um amigo, até que o pego falando mal de mim. Eu acredito em Deus e rezo pela sua intercessão, mas se ouve, não me ajuda. Se consigo o que quero foi Deus quem ajudou. Se não consigo, era da vontade de Deus. Cometo um assassinato. A responsabilidade não é minha, pois acredito na tentação demoníaca. Enfim, posso fazer um livro para demonstrar que a crença é um problema. É fuga. Queremos segurança psicológica e emocional. Para isso, inventamos todo tipo de fantasia, porque não suportamos encarar a realidade de frente. Precisamos de muletas sobrenaturais e naturais. Acreditamos que seremos felizes para sempre e idealizamos um mundo cor-de-rosa.


Fizemos os símbolos serem mais importantes que o real. As idéias passaram a valer mais que o mundo. Fazemos juízos de valores sobre tudo. Não percebemos que as coisas, simplesmente, são. Queremos que elas fossem diferentes. Fazemos comparações o tempo todo. O que queremos com isso? Sofrimento, ora. Pátria, nacionalidade, bandeiras, fronteiras, acúmulo de riquezas, crenças de toda ordem criam o caos no mundo. Quando acreditamos em qualquer coisa, vem o sofrimento. Olhamos para as coisas e fazemos juízos de valores. Elas nunca são, deveriam ser. Esse movimento das idéias e de conceitos que não se conforma com o mundo tal qual é, mas deveria ser, é o grande dilema humano. É possível fazer qualquer coisa sem os pensamentos e os sentimentos? É possível. Todavia, queremos isso? Não. Queremos apenas acreditar sem agir. E enquanto houver crenças, haverá divisão entre os seres humanos. Por que as crianças conseguem se organizar muito melhor que os adultos. Elas são inocentes. Simples assim!

Viver sem crença ou descrença, como preferir, é possível? Só há essa saída. O texto foi claro. Nós queremos isso? Ou continuaremos precisando fugir do real trocando-o por idéias? A escolha é nossa. Precisa-se de muita abstração para compreender isso. O fato: não queremos. Precisamos das malditas crenças, logo, não há saída. É possível viver como uma criança sendo adulto? Se não for, então, já era.

As crianças têm crenças? Elas acreditam nas crenças dos adultos. As crenças são fugas. É possível agir sem motivo? Sem querer ganhar ou perder? É a única saída, a meu ver.

Não estamos analisando as crenças ou descrenças particulares. Estamos analisando o fenômeno da crença. Por que precisamos dela? Viver de forma inocente, como se fôssemos crianças? Se acredito em algo e você em outra coisa, brigaremos por isso. Se sou cruzeirense, e o outro, atleticano, discutiremos por isso. Se sou socialista e você é um conservador de extrema direita, vamos divergir sobre isso. Se sou ateu e você um religioso, não chegaremos a um consenso. Se sou um presidente de uma nação e tenho alguns interesses e o dirigente de um outro país tem outros desejos, então, faremos guerra por causa dos interesses e desejos em conflito. Se gosto de ficar em casa e minha mulher gosta muito de passear, discutiremos por isso. Enfim, deu para perceber que esse conjunto de crenças divergentes gera desordem, porque por trás disso está o desejo de ganhar; o egoísmo.


Na verdade, queremos ser proprietários, inclusive, de seres humanos. Veja o mundo atual: quais são as crenças e os desejos que movimentam o sistema vigente? Acúmulo de dinheiro e a lei de Gérson. Acreditamos que tendo algo seremos felizes. É possível organizar um modo de produção onde a pessoa humana é mais importante que os objetos de desejos. Neste sistema, a pessoa não é mais um objeto de consumo? Ela não é um fim em si mesma, mas um meio de satisfação dos mais diferentes níveis? Então? Queremos encontrar uma saída, mas não queremos pagar o preço. Por que os jovens que fizeram vestibular na UFMG foram tão mal nas redações? Porque toda a tecnologia gera prazer e preguiça. Não se sabe a diferença entre o desejo e a realização do mesmo.


A crença divide. A quem interessa toda divisão? Os índios, antes de entrarem em contato com a "civilização," têm uma organização social muito diferente. O que é produzido é dividido. Não estão no nível que estou dizendo, porque possuem crenças, mas elas são inocentes. Não é uma conclusão. Estou muito longe disso, mas quero lembrar que é possível sair dessa prisão. Todo prazer tem um preço. E estamos pagando por ele, sem dúvida.

Depois que se tem conhecimento, ou seja, aquilo que virou memória e lembrança, não é possível vermos o real sem crenças? Sem fazer juízos de valor? Sem recorrer à memória? Agir com uma sabedoria acumulada, mas sem divisão? As coisas são. Quando achamos que elas deveriam ser, começam os problemas. Se não houvesse uma mente humana para dizer o que é a beleza, haveria a beleza entre os objetos? Haveria comparação? Haveria inveja? E se aprendêssemos a olhar o mundo sem conceitos e sem valores? Só haveria o ato. Entraríamos numa dimensão muito diferente. Com o tempo e com o advento de outras gerações, faríamos as coisas, como se já soubéssemos o que fazer. Uma sabedoria inata e intuitiva. Teríamos a noção de que seríamos UM com o universo. Não haveria separação entre os homens. A liberdade de um homem não terminaria onde começa a do outro, pelo contrário, seria o complemento. A cooperação e a solidariedade seriam as regras, e não a divisão.

Os esquizofrênicos vêem e ouvem muitas coisas que os ditos NORMAIS NÃO VÊEM E NEM OUVEM. Eles acreditam no que estão vendo e ouvindo. Se a mente é capaz de inventar algo, quem garante que não inventamos tudo? Qual é o critério para dizer que alguém é normal e que a sua crença é verdadeira? De um ponto de vista lógico, uma pessoa não pode dizer nada daqui a 10 segundos, por exemplo. Você acredita num EU? Existe o EU? É o EU quem pensa ou são os pensamentos quem geram o EU? E então?

A questão do EU é muito importante. Existe um EU separado, um centro? Era aí que queria chegar, pois dessa crença no desgraçado do EU, vêm todos os problemas humanos. E então? Quem gera o quê?

Pois é. O "EU" é uma ilusão gerada pelos pensamentos. Não existe um EU separado. Quando não percebemos isso com clareza, cometemos os maiores equívocos. Para ficarmos no campo da FILOSOFIA OCIDENTAL, David Hume já dissera que não há um "EU". Existe, sim, pensamentos que fluem sem parar. Uma hora estamos calmos, em outra, nervosos. Em determinadas situações sentimos medo, em outras, somos corajosos. Somos um conjunto de pensamentos que geram sentimentos num processo infinito. O "EU" não é o centro. Ao perceber que só há pensamentos que circulam ou vão de um lado para outro num mecanismo sem fim, temos a ilusão de que há um ser a quem chamamos "EU". Supostamente, ele organiza tudo e seria independente.


Na verdade, somos um conjunto de "EUS". Todas às vezes em que há uma tentativa de separação, é como se quiséssemos ficar livres de nós mesmos. Ex: uma pessoa diz que tem ciúme e quer ver-se livre do mesmo. Essa pessoa tem ciúme ou ela é o próprio ciúme? Eu sou o ciúme. Se sou algo, como posso ficar livre de mim? O outro diz que tem inveja. Falso. Ele é a própria inveja. Todo o seu ser é inveja. Vejo pessoas dizendo que precisam se aceitar. Como pode isso? O "EU" querendo aceitar a si mesmo? Se eu sou o conjunto dos meus pensamentos e sentimentos, não tenho como me aceitar. SOU todo o meu passado, minhas memórias e lembranças. Não há o que fazer. Se faço algo, entro num processo gerador de mais um "EU" e assim ad infinitum. Somos todos os condicionamentos do passado. O presente não passa de um passado modificado. Como ficar livre? Sempre que quero ficar livre GERO UM CENTRO, UM ENTE SEPARADO, A QUEM CHAMO "EU" OU "EGO". AO PERCEBER QUE É MOVIMENTO SEM FIM OS PENSAMENTOS, portanto, percebem o impermanente. Mas o impermanente deseja a permanência. Deseja segurança, estabilidade. Recorre, então, às crenças: todas. As crenças nada mais são que tentativas do "EU" gerado pelo conjunto de tudo o que há em mim de obter segurança. E tenta preencher a impermanência de todas as formas possíveis. O que fazer? Há um método? Será?

Mas o conflito a que uma pessoa se refere é a tentativa do impermanente gerar o centro permanente. O que é a relidade? É movimento incessante. A vida é movimento, fluidez, dinamismo: é como se fosse um rio, que ao deparar-se com um obstáculo, o contorna e continua. Assim são os pensamentos. O conflito vem quando queremos ser diferentes do que somos. Isto explica a metafísica grega antiga e o nosso desejo de estabilizar e enquadrar as coisas num conceito? O que acham? Se tivéssemos seguido Heráclito, talvez a forma de vermos o mundo seria totalmente diferente. Queremos segurança. Não nos conformamos com o movimento. Não queremos perder. Queremos apego.


Queremos controlar tudo. E a vida é dinâmica, particular, concreta. Por isso, não podemos achar que as idéias e os conceitos, ou seja, os símbolos, sejam mais importantes que o real. O real é muito mais rico e complexo do que supõe a nossa vã filosofia. O que é a crença? Um apego e um desejo de tornar o que é essencialmente movimento e impermanência em algo estático e permanente. Desejo de segurança. Nada mais que isso. Desejamos fazer um monte de coisas, mas não percebemos que é fuga. Fugimos o tempo todo de nós mesmos. Não queremos esse confronto. Não queremos saber que somos a inveja, os ciúmes, o medo, a insegurança, o ódio, o amor, a raiva, o desespero, a felicidade e a infelicidade, enfim, somos tudo isso. Compreende-se o porquê essa história de inconsciente não se sustenta? O inconsciente nada mais é do que memória e lembrança. Para que preciso dividir a mente? Não há separação. Existe, sim, uma ilusão de um "EU".


Se o "EU" fosse separado de mim, bastaria não me identificar com os meus supostos pensamentos e sentimentos. Assim, ficaria livre das neuroses e psicoses de todos os tipos. Mas quando acontece qualquer coisa, todo o meu ser sofre ou se alegra. Não há separação mente-corpo. Sócrates, Platão e Descartes foram os responsáveis por essa forma de pensar, ou seja, separar uma suposta alma do corpo. Isso não é uma conclusão...

Kant acordou do seu sono dogmático por isso. Foi Hume o responsável direto por ele ter escrito A CRÍTICA DA RAZÃO PURA. O "EU" é justamente essa organização e capacidade de articular as coisas. Só que ao fazer isso, ele é diferente de mim? Claro que não. Ele não passa de passado e lembrança. Se penso, falo e ajo no mundo, é porque antes eu tenho isso como memória e lembrança. Caso contrário, como poderia reconhecer o que não conheço? Esse conhecimento é do mundo fenomenal kantiano. Tanto é assim que se tenho uma experiência ela vira memória e lembrança. Mais um "EU". Ao querer repetir, ficarei desapontado, porque nunca mais terei a mesma experiência. O prazer que tive ontem ou a dor, nunca mais serão iguais. Sempre que queremos fazer o mesmo, advém a dor. O prazer contém a dor. Não são opostos. Fazem parte de uma mesma escala, porém, em graus diferentes. Esta frase ilustrará o que quero dizer:"ERA FELIZ E NÃO SABIA". Por quê? Porque só se pode se feliz em ato. Quando penso em repetir a mesma experiência não conseguirei. Tudo não passará de memória. Cada experiência é única, pois a vida é dinâmica.


São os apegos que nos fazem sofrer. Se olhasse para todas as coisas como se fosse a primeira vez que a tivesse vendo, não teria memória e lembrança, logo, o novo surgiria. Outra: dizemos que temos medo do desconhecido. Falso. Temos medo de perder o conhecido. Se não conheço, como posso temer? É a suposta segurança que tenho, quem me faz ter medo de perdê-la. Se aprendêssemos a morrer todos os dias-simbolicamente-, para as coisas do mundo, então, teríamos uma outra relação com a existência. Como se pode ver, estamos muito longe disso. Eu sei que isso é verdadeiro, mas o meu CENTRO NÃO QUEr SER O CONJUNTO DE TUDO. Se existisse um "EU" separado de nós e que não se identificasse com os nossos pensamentos e sentimentos, logo, não teríamos neuroses e todo tipo de doenças psicológicas e emocionais. Bastaria estarmos separados. Isto acontece? Não! Todo o meu ser sofre. É a interação mente-corpo que dissera antes...

Isso não significa abrir mão do mundo. O mundo está aí para ser usufruído. A natureza é bela e nos oferece tudo o que precisamos. Usufruir, sim, possuir, não. Podemos ter uma vida plena e feliz. Não a temos por causa desse desgraçado do "EU", Gerador de uma falsa segurança psicológica e, que na verdade, gera todo tipo de apego e posse. E apego é sinônimo de sofrimento. Olhe o sistema vigente de acumulação de capital. Não dá para separar as coisas. Tudo está interligado. Nós e o UNIVERSO SOMOS UM. E ISSO NADA TEM A VER COM DEUS. Apesar de muitos assim pensarem...

Vou tentar explicar através de uma analogia. Quando você tem medo de alguma coisa, uma fobia, por exemplo, a tendência é você buscar segurança, correndo, certo? Neste caso, você pensa que existe um "EU" separado, um centro que controla todo o seu ser. Contudo, isso não é verdade. O medo nada mais é do que a falta de percepção de que você não tem um medo. Você é o medo de um ponto de vista psicológico. Se você é uma coisa, como pode escapar dela? Se você perceber isso quando sentir medo-não apenas intelectualmente-, mas com todo o seu ser, o que acontecerá? Você compreenderá que não é possível fazer nada. Basta observar o movimento dos pensamentos e sentimentos, assim como todos os sintomas físicos desagradáveis que está sentido. Você pode correr sem as suas pernas? Não. Também não pode correr de você mesmo. Em outras palavras. Você não tem o pensamento e o sentimento. Você é o pensamento e o sentimento. Há uma interação entre mente-cérebro. Eu não sou eu. Sou EUS. O conjunto de todas as minhas memórias e lembranças formam o meu ser. Como não quero ser coisas desagradáveis, gero um centro, que ao perceber o impermanente, quer ser permanente e estável. Só que isso não acontece nem na natureza e nem na nossa mente. Somos movimentos físicos e psicológicos. Espero que tenha compreendido.

As crenças dividem. O dia em que não houver egos o ser humano e o UNIVERSO SERÁ UM. As crenças dividem em qualquer situação que você imaginar. E elas não passam de crenças. Uma das crenças mais desgraçadas é a de que os conceitos são mais importantes do que o real. Precisamos das palavras para nos comunicar, contudo, quando elas passam a ser mais importantes do que o real, todo tipo de conflito acontecerá. Imagine um mundo sem uma consciência humana para percebê-lo. Teríamos crenças? Imagine cada ser humano olhando as coisas sem comparar, sem julgar e sem fazer juízos de valores. Haveria amor e paz entre os homens. Saberíamos usar as palavras para a função de contribuir para a solidariedade e a cooperação. Olhe os demais símbolos. Nação, Estado, Hino Nacional, Bandeira, Fronteiras, Religião, Classe Social etc. É possível ter paz com tantas crenças geradoras de ódio? As pessoas acreditam, porque querem segurança psicológica. Prova: a ciência já refutou várias crenças de que a Bíblia é a palavra de Deus. A crença é tão cega, que muitas pessoas preferem continuar acreditando naquilo que já foi provado e que não passa de mito. Triste, muito triste. Eu não estou livre das crenças, mas estou convencido de que ela é a desgraça do mundo.

Eu gosto de Filosofia de uma maneira geral. Gosto de fazer contrapontos de idéias. Por exemplo, Sartre, a veu ver, é o oposto de Krishnamurti. Já li algumas obras de Sartre-gosto muito também-, e Karl Marx é fantástico. Gosto da História da Filosofia como um todo. Respeito todos os filósofos, porque cada um contribuiu direta ou indiretamente para que a Filosofia se enriquecesse. Vejo Krishnamurti como um cético. Mas um cético que não coloca em dúvida o mundo dos fenômenos. Quem leu com atenção os posts-é por isso que peço para as pessoas relerem-, viu que fica subentendido a questão da suspensão do juízo em relação às crenças. Quem faz uma leitura apressada, pode chegar a uma conclusão falsa a seu respeito. Muitos o consideram um místico. Nada disso. Ele diz um sim à vida. Contudo, sem nenhum tipo de apego. As coisas estão aí para ser usufruídas, devemos usá-las para as nossas necessidades, não para sermos proprietários. Estou muito longe disso. Mas sei que o que ele diz não é contraditório. Consigo pegar várias contradições em Sartre ou em qualquer outro pensador, mas em Krishnamurti é difícil. Pode ser que tenham muitas, mas ainda não encontrei uma que jogasse o castelo ao chão. Como ele não escreveu nenhum livro-os que estão nas livrarias são gravações das suas paletras-, pode ser que algum tradutor ou intérprete tenham deturpado algo ou compreendido erroneamente.


É por isso que fico indignado com trechos soltos para se fazer uma análise do pensamento de uma pessoa. Se você ler-DIÁLOGOS SOBRE A VIDA E REFLEXÕES SOBRE A VIDA-, observará que o pensamento dele é muito interessante, profundo e intrigante. Muitos imbecis preferem dizer que é místico. Desde quando eu sou um místico? Por que perderia o meu tempo com um místico? Nada a ver. É isso galera.


TEXTO: Marco Aurélio Machado

P.S.: Este texto baseia-se nas minhas leituras do pensador indiano Krishnamurti ( 1895 - 1986), mas são reflexões pessoais. Escrevi o que já pensava sobre o assunto, mas, com certeza, sem a mesma profundidade. A descoberta das obras do pensador indiano foi uma grata surpresa para mim, pois desde muito cedo eu ficava intrigado com um EU esquizofrênico, cindido e dividido.