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domingo, 31 de janeiro de 2010

O BIG BROTHER!

Desde que o Big Brother foi lançado pela REDE GLOBO, há cerca de uma década, que fico pasmo e perplexo diante de uma espécie de hipnose coletiva que toma conta de quase todos os lares brasileiros. Sem contar, evidentemente, o mesmo fenômeno que assolou grande parte de outros países no mundo.

Vivemos numa época em que a banalidade, a boçalidade, o descartável e o ridículo passaram a imperar numa sociedade que vangloria e bate palmas para o excesso de músculos fabricados em academias ou em laboratórios (os anabolizantes que o digam) e as operações plásticas. São tantas intervenções cirúrgicas que já não sabemos se estamos diante de um ser humano ou de robôs constituídos de silicone, cremes e outros recursos produzidos em larga escala pelas indústrias de "beleza". Se a pessoa tem músculos e roupas bonitas, pouco importa se tem deficiência de neurônios. Em outras palavras, hipertrofia dos músculos e atrofia do cérebro. Isso é o útil hoje em dia!! Veja o paradoxo: O INÚTIL É O ÚTIL E VICE-VERSA.

O importante é a beleza. Já não é uma beleza natural, pelo contrário, é uma "beleza" quase sobrenatural, pois transformamos seres humanos em DEUSES, todavia, esses DEUSES aparecem e desaparecem como a velocidade da luz. Os DEUSES, em todas as culturas, eram imortais; na cultura das massas, os DEUSES morrem quando ainda estão vivos. Eis mais um paradoxo: DEUSES mortais em vida, apesar dos silicones, lipoaspirações, e todos os recursos infrutíferos para se deter o tempo, senhor cruel e perverso da vaidade humana.

A Filosofia? É inútil!! Não serve para nada! Por quê? Ela me faria ver o real significado dessas produções de diversão das massas; ela me faria enxergar o quão curioso sobre a vida alheia eu sou, em vez da compreensão de que só o autoconhecimento pode me libertar; ela me faria perceber como as pessoas que participam do programa são usadas e iludidas; ela me faria ver que a beleza é cultural e padronizada por interesses econômicos; ela me faria refletir sobre a pobreza intelectual dos participantes; ela me faria compreender que a maior riqueza de uma pessoa não é a material, mas o caráter, a dignidade, a compaixão e o uso da razão para nos guiar neste mundo cão. Compaixão, inclusive, dos participantes que perderam a noção de que são mortais, mas têm a "doce ilusão" de que são DEUSES eternos. Não sabem que a eternidade no sistema atual dura tanto quanto um flash de uma câmera fotográfica. Amém!

Texto: Marco Aurélio Machado