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domingo, 30 de maio de 2010

OS PEQUENOS PODERES

Gostaria de fazer uma reflexão sobre o poder, mormente, os pequenos poderes. O que é o poder? Vou definir o poder como a capacidade que uma pessoa, um grupo, uma sociedade tem de impor a sua vontade, seja pelo diálogo, persuasão, pela força de uma lei e, no último caso, pela força bruta policial ou militar. O Estado, por exemplo, tem a legitimidade do uso da força. Isso pode ser garantido pela Constituição de um país, ou por interesses vários. Quase sempre os interesses econômicos são os motivos fundamentais...

Todavia, o poder tem vários tentáculos: pode ser poder político, econômico, cultural, ideológico, social, religioso, midiático, carismático, etc. O poder está espalhado por toda a sociedade e é uma espécie de DEUS: onipotente, onisciente, onipresente, e que nos dá a impressão de ser invisível.

Entretanto, eu queria escrever um pouco sobre os pequenos poderes: os "presidentes" de associações de bairros, sindicatos, grêmios representativos de várias categorias e associações, hospitais, postos de saúde...Mais: gerentes, supervisores, "chefes", professores, diretores de escolas privadas ou públicas, vereadores, prefeitos de cidades pequenas e médias, entre outros.

O que há de tão importante no poder? Por que as pessoas incapazes de fazer uma reflexão superficial sobre o fascínio que o poder exerce em si e nos outros, desprovidas de "gerenciar","coordenar" e controlar os próprios conflitos internos são seduzidas por essa espécie de demônio que habita a mente de tantas pessoas medíocres e imbecis? Por que as pessoas que sabem que o poder neste mundo é efêmero, passageiro e transitório, se encantam por esse demônio? Uma vez um prefeito me disse que o poder é solitário. Ele havia sofrido um atentado e esteve entre a vida e a morte, contudo, após se recuperar, retornou ao poder. Bom, se o poder é solitário e "sofrido", por que tantas pessoas o querem? Que magia é essa? O poder deve ser um meio para promover o bem comum, e não um fim em si mesmo.

Se não passamos de seres finitos e a "vala" é o destino de todos nós, por que as pessoas querem glória, fama, dinheiro, status, juventude, beleza e outras coisas que o poder pode, em teoria, fazer uma pequena concessão?

Eu, particularmente, tenho receio dos pequenos poderosos, mesmo que eles tenham um grande poder de direito; sim, pois o poder exercido de fato e consciente é para muito poucos...Não há nada pior do que ser vítima dos "poderosos" paranoicos e inimigos da razão, logo, da lucidez. Caminham na escuridão com os seus "assessores", que têm alergia ao bom senso. Quero distância dos poderosos sem poder. Paradoxal, não? Poderosos sem poder? Explico: não têm o poder de iluminar o próprio caminho, mas querem iluminar o caminho dos seus "subalternos". "Manda quem pode, obedece quem tem juízo", é o ditado popular. Pois é...

De minha parte, quero apenas um poder: o poder de ficar bem longe de desejar o poder. Quero ter o poder de não desejar o poder. E, se algum dia o tiver, por forças alheias e circunstanciais, que eu tenha o poder de ser o seu senhor. A escravidão do poder, prefiro deixar para as mentes que acumulam invejas, ciúmes, egoísmos e tiranias. São os pequenos ditadores, que só trazem desgraças ao mundo...Sim, porque é a partir dos pequenos poderes que as sociedades se sustentam. Os pequenos filhotes da ditadura não têm o poder de saber disso. Por quê? Porque são ignorantes, pois estão muito preocupados com os aplausos e não sobra tempo para se dedicarem à sabedoria e exercerem um poder de fato, e não apenas de "direito". Amém!

Texto: Marco Aurélio Machado