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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

REFLEXÃO SOBRE A PSICANÁLISE!

Desde a minha adolescência, sempre tive uma certa curiosidade de saber um pouco mais sobre a Psicanálise e a ideia de inconsciente. Li há muitos e muitos anos textos de Freud e alguns livrinhos bem introdutórios. Na universidade, no curso de Filosofia, sempre víamos alguma coisa a respeito da Psicanálise. Entretanto, nunca me convenci de que um suposto inconsciente não seja totalmente contraditório de um ponto de vista lógico. Vejamos um pouco sobre este assunto, sem, contudo, termos a intenção de colocar um ponto final no debate.

Como o inconsciente pode recalcar, censurar ou reprimir o que não conhece? Se conhece, não pode ser o inconsciente, pois é consciente daquilo que recalca ou censura, certo? Se não conhece, como pode recalcar ou censurar, já que é inconsciente? Como se pode ver, tal tese do inconsciente, de um ponto de vista lógico, é contraditória. Não tem explicação plausível que me convença do contrário...

É como se existisse um outro ser dentro de mim que soubesse o que é melhor para mim. Mas se tal "ser" existe, ele se comporta de uma forma muito estranha, pois reprime o que, supostamente, conhece, mesmo sem conhecer, porque é inconsciente, mas ao mesmo tempo gera vários sintomas desagradáveis em todo o meu organismo, em nome de uma suposta tese de que o sujeito não aguentaria saber certas coisas sobre si mesmo. Ora, se já sabemos as possíveis causas de uma neurose, que não deve sair muito de um Complexo de Édipo e outros desejos humanos, por que haveria essa resistência? Além do mais, os diversos conceitos psicanalíticos são a priori. É como se existissem primeiro à espera de encarnar em alguém. Em última análise, tudo é sexo na psicanálise. Até parece que Freud tinha um pênis na mente. Se o sexo é o responsável pela vida, por que haveria tanto sofrimento psíquico em algo tão natural e bom?!

Eu até gostaria mesmo que ele existisse, assim, deixaria de ser o responsável pelos meus atos. Se algum dia matar alguém, não terá sido eu: foi o meu inconsciente que veio à tona e me fez virar um "bicho", um monstro irracional e irresponsável! O problema vai ser explicar à polícia e à Justiça... Pois é!

A mente humana é assunto que será estudado durante muitos e muitos anos. Partir da premissa de que o inconsciente existe é complicado...Eu não sou especialista em Psicanálise, daí o meu interesse, para que os psicanalistas explicassem as diversas teorias (eles não se entendem), pois assim ficaria mais claro para todos. A verdade é que a Psicanálise é muito subjetiva. Duvido que se eu fizesse um tratamento com dez psicanalistas de qualquer linha ( são muitas ) se, por acaso, eles chegariam às mesmas causas do meu sofrimento psíquico. Duvido.

A impressão que tenho (e que não posso provar) é que a religião inventou os demônios que nos atentam externamente, "soprando" nos nossos ouvidos o que deveríamos fazer, e a Psicanálise colocou esses demônios dentro da mente humana. O problema é que eleS não "sopraM" nada internamente, só causaM neuroses e todos tipos de desordens psicológicas, e ainda "acham" que nos protegem de coisas que não suportaríamos saber sem a ajuda de um assessor: o psicanalista.

O suposto inconsciente é uma espécie de "demônio bom", que por nos querer proteger, nos causa o mal: todos os sintomas físicos e psicológicos. E quem entende a linguagem dele? Os psicanalistas. Quem pode compreender tantas contradições lógicas?

É muito difícil compreender tal mecanismo. Se eu perdesse o sentido do tato, por exemplo, se por acaso tomasse uma pancada ou acontecesse algum acidente relacionado a essa área do meu cérebro, eu poderia fritar a minha mão na frigideira e não sentiria nada. Um fenômeno natural. Aconteceria o mesmo com o inconsciente, se eu sofresse algum acidente? Ele desaparecia? Em caso afirmativo, onde ele se localiza? Se não se localiza em lugar nenhum, como eu posso dizer que ele existe? Devemos pressupor uma entidade espiritual dentro do cérebro? Fora do cérebro? Mas Freud era um ateu... Chegamos, a meu ver, numa metafísica. Eu quero saber onde se encontra esse tal inconsciente, porque se ele não se localiza no cérebro, como explicar que os sintomas além de mentais são físicos? Não há uma dualidade psicofísica. Sem cérebro não teríamos nenhum sintoma: nem mental e nem físico. Um paradoxo, para dizer o mínimo...

De minha parte, se ficar doente, de um ponto de vista psicológico, não perderei o meu tempo com a Psicanálise. Por três motivos: 1º) Nunca me convenci de que a Psicanálise tenha a última palavra sobre o sofrimento psíquico; 2º) Parece-me um tratamento para uma elite, porque não conheço pobre que faça análise (deve ter, apenas não os conheço); 3º) O tratamento é extremamente demorado e caro. Na verdade, a Psicanálise é muito "chique", para pessoas "chiques".


TEXTO: MARCO AURÉLIO MACHADO