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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

REFLEXÃO SOBRE LIVROS DE AUTOAJUDA!!

Os denominados livros de autoajuda e aqueles "especialistas" que fazem das palestras sobre tal tema,  um meio de ganhar a vida, sobretudo os mais "famosos",  provavelmente,  não devem ter o que reclamar em termos financeiros, pois o mercado referente à autoajuda parece que aumenta na proporção que se aprofunda a depressão, a angústia, o vazio existencial e o desejo infinito de ser feliz das pessoas.


Estamos "vivendo" numa época em que trocamos a reflexão pessoal pela "sabedoria" superficial dos vendedores de soluções fáceis para a tal decantada "felicidade". O importante é ser feliz, mas não perguntamos, questionamos, indagamos ou problematizamos o que significa a felicidade. Substituímos um tempo, que deveria ser necessário para mergulhamos profundamente nas questões essenciais da existência,  para lermos livros e frequentar palestras  dos conselheiros de autoajuda,  de como devemos pensar, sentir e agir.


Em outras palavras, trocamos a autonomia pela heteronomia; a escolha pessoal pelas escolhas dos especialistas da "alma humana"; a liberdade pela suposta experiência de quem sabe o que é a vida e a felicidade. Será que tais livros e "especialistas" de autoajuda sabem mesmo o que é ser feliz e são felizes em ato e não apenas em potência, como talvez diria Aristóteles?
É difícil acreditar naqueles que preconizam soluções para todos os dilemas e sofrimentos da vida, vivam, de fato, a felicidade ditada em livros e em frases decoradas nas constantes palestras. Parece-me, para relembrar aqui o grande filósofo, Epicuro, que aquilo que não é natural nem necessário, não pode nos proporcionar alegria e uma vida digna, honrada e feliz.


Pelo contrário, a ânsia de fama, poder, glória e muito dinheiro são desejos artificiais que podem nos trazer muitas amarguras. Não seria justamente isso, que a sociedade do consumo faz apologia,  como a panaceia de uma vida feliz?


A meu ver, os livros de autoajuda deveriam ser "lidos" com uma lupa. Deveriam ser comparados com a biografia dos autores, porque parece-me que quem propõe soluções fáceis para os grandes desafios da existência,  quase sempre não consegue resolver os próprios problemas. Dizer o que o outro precisa fazer em tal e qual situação é uma coisa; colocar em prática as "teorias" (conselhos),  é outra muito diferente...


Além do mais, é preciso ter-se uma visão de conjunto da realidade humana, afinal as vicissitudes  pessoais estão num contexto mais amplo, não são apenas psicológicas: o homem é um ser econômico, religioso, cético, cultural, social, político, entre outros. Ao nos depararmos com livros de autoajuda e especialistas da área, devemos nos perguntar: estes livros e as pessoas que os escreveram são sujeitos que escolhem e vivem a felicidade, ou estão mais interessados em serem escravos do dinheiro e são tão vazios e infelizes quanto a maioria das pessoas que os idolatram? É possível ser feliz sem saber o que é a dita cuja ou a felicidade só pode existir em ato,  neste sentido,  as crianças seriam os nossos melhores exemplos? Pois é...


TEXTO: MARCO AURÉLIO MACHADO